Neste 28 de janeiro, em ato unificado das centrais sindicais, os trabalhadores saíram às ruas em todo o país para cobrar manutenção dos direitos previdenciários e sociais e em defesa do emprego. O alvo específico do movimento foi a edição das Medidas Provisórias 664 e 665, ambas de dezembro de 2014, que altera regras de concessão do seguro-desemprego, abono salarial, auxílio doença e de pensões por morte, entre outros benefícios. Além de criticar a falta de diálogo entre o governo e as representações dos trabalhadores, as centrais afirmam que “o que se economiza com estas medidas trabalhistas vai ser gasto com o pagamento dos jurus”.
A mobilização, organizada pela CUT, CSB, CTB, Força Sindical, NCST e UGT,contou com paralisações, atos e assembleias e marca o início de uma série de atividades conjuntas para 2015, entre elas a 9ª Marcha da Classe Trabalhadora, prevista para 26 de fevereiro, em São Paulo. Dirigentes das centrais criticam a divergência entre o discurso de campanha da presidente Dilma Rousseff e as medidas que vêm sendo anunciadas pela equipe econômica e também a urgência solicitada pelo governo na tramitação das medidas que visam o ajuste fiscal enquanto a pauta trabalhista está engavetada no Congresso Nacional.
A mobilização foi precedida de reunião dos dirigentes das centrais com ministros da Secretaria-Geral, Miguel Rossetto; do Planejamento, Nelson Barbosa; do Trabalho, Manoel Dias; e da Previdência Social, Carlos Garbas, quando reivindicaram a revogação das medidas provisórias. O governo estima uma economia de R$ 18 bilhões com as alterações nos benefícios a partir de 2016. “Esta economia virá, mais uma vez, do arrocho dos trabalhadores”, alerta o presidente da CNTS, José Lião de Almeida. Dirigentes da CNTS, das federações filiadas e sindicatos vinculados participaram das mobilizações nos respectivos estados. Diretores do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem e Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de São Paulo – SinSaudeSP participaram do ato na capital paulista.
As lideranças sindicais já iniciaram negociação com ministros da área econômica e do Trabalho e o governo já admite ceder, pelo menos, em relação às mudanças propostas para a concessão do seguro desemprego. No ato unificado da capital paulista, as centrais sindicais também questionaram os rumos da política econômica adotados pelo Ministério da Fazenda, que, segundo os sindicalistas, levarão o país à recessão.
Por ocasião da Marcha da Classe Trabalhadora, as centrais entregarão uma pauta de reivindicações ao Executivo Federal, aos governos estaduais e ao empresariado. Entre elas, o fim do fator previdenciário; redução da jornada para 40 horas semanais; fim do Projeto de Lei nº 4.330/04, que amplia as terceirizações; correção da tabela do Imposto de Renda; mais investimentos em saúde, educação e segurança.