A redução da jornada de trabalho para os profissionais da enfermagem e a regulamentação de um piso regional para a categoria foram os temas mais debatidos no Encontro dos Dirigentes Sindicais da Saúde, realizado pela Federação dos Empregados em Estabelecimentos e Serviços de Saúde de Minas Gerais (Feessemg), hoje (31), em Caeté. Durante a manhã, sindicalistas e especialistas também discutiram sobre terceirização e saúde no trabalho.
O Presidente da Feessemg, Rogério Fernandes, abriu o encontro explicando a importância do espaço para se discutir sobre a categoria. “Vamos provocar a discussão na Assembleia, solicitar o piso salarial para o Estado. Esse tema tem que ter prioridade, juntamente com a jornada de 30 horas. Não há redução, sem valorização dos salários”, afirmou o presidente.
O Projeto de Lei 2295/2000, que trata da jornada dos profissionais da enfermagem, ganhou o apoio do deputado Eros Biondini. O deputado participou do evento e garantiu que será mais uma força nessa causa e que prioriza a área da saúde.
O presidente da Federação da Saúde de São Paulo, Edson Leão, também lembrou do PL 2295, que está em tramitação na Câmara Federal há 15 anos, e também chamou atenção para a falta de pauta para os trabalhadores serem aprovadas no Senado e na Câmara Federal.
A superintendente do DRT-MG, Alessandra Parreira, lembrou os casos de déficit emocional causado nos profissionais da saúde que se estendem aos parentes. E comparou as longas jornadas de trabalho exercidas pelos profissionais da enfermagem ao trabalho escravo, mas que como são jornadas em locais diferentes não tem como caracterizar assim.
Fórum Mineiro da Enfermagem
Representantes do Fórum Mineiro da Enfermagem, Tonny Marcell e Márcia Caula, lembraram da precarização da saúde e a necessidade da valorização da carga horária da enfermagem. E convidaram os presentes para Audiência publica que acontece na Assembleia de Minas Gerais, no dia 11 de agosto, que irá apresentar o Perfil da Enfermagem no Estado de Minas Gerais.
Terceirização e a saúde do trabalhador
O presidente da Comissão de Direito Sindical da OAB, Bruno Reis, apresentou diversos pontos problemáticos em aplicar a terceirização em algumas profissões e setores. Segundo ele, empresas que lidam com segurança da informação, por exemplo, e precisam de sigilo não há a menor possibilidade de terceirização.
O médico do trabalho e auditor fiscal, Airton Marinho, levantou questões como as principais doenças que acometem com os trabalhadores, como a dor nas costas e a depressão; e como é prejudicial para o trabalhador as jornadas excessivas de trabalho e a falta de lazer na vida deles.