Rogério Fernandes é o atual presidente da Feessemg, já atua no movimento sindical há mais de 20 anos. Atento as mudanças no cenário político e sindical, é também presidente do PSDB Sindical de Minas Gerais, desde sua criação em 2011 e já foi presidente da Força Sindical de Minas Gerais. Nesta entrevista ele faz um balanço do ano da Federação, novos projetos e uma avaliação do atual cenário político nacional.
Fale das conquistas da Feessemg e sindicatos filiados nesse ano de 2015
Conseguimos fazer diversos acordos com os estabelecimentos buscando sempre a reposição salarial e também o aumento dos benefícios, mas ainda precisamos avançar muito. Temos um universo enorme de estabelecimentos de saúde, que ao longo desses 20 anos, estão sendo prejudicados pela omissão dos sindicatos patronais, que não negociam com os sindicatos dos trabalhadores. Já denunciamos várias vezes com os órgãos competentes, mas parece que eles estão imunes – não negociam, assim temos procurado fazer essas negociações coletivas diretas com os estabelecimentos. Precisamos ampliar as conquistas para os laboratórios e clínicas menores, esses são os trabalhadores mais prejudicados, porque eles ficam a mercê do patronal, mas estamos procurando avançar, porque existe perspectiva nesse sentindo e vamos aguardar os acontecimentos do próximo ano.
Como o senhor avalia o setor da saúde no País?
Hoje, as instituições filantrópicas, se encontram em extrema dificuldade, seja por má gestão, por falta de repasse do Governo e não há perspectiva de melhora ou resolver. Tivemos a notícia que o Ministério da Saúde está controlando os repasses, o que irá acarretar mais dificuldades. A partir do momento que você não tem o recurso, não há como cobrar o salário em dia, reajustes e a ampliação de benefícios.
E as expectativas para 2016?
2016 é um ano diferente, acredito que seja pior, mas vamos continuar defendendo os direitos dos trabalhadores. 2016 também irá trazer uma piora para todos os setores e o setor da saúde não será diferente – a partir do momento que as empresas deixam de contratar as pessoas deixam de ter plano de saúde, além de deixar de ter recurso para investir. O setor já vem sofrendo – crise de gestão, de repasse ou pelo modelo arcaico. A expectativa é que dê uma guinada política, uma mudança para tirar o país desse trilho – precisamos trabalhar o planejamento, aprovação de medidas, realizar reformas que nos proporcionam mobilidade urbana, segurança e saúde consequentemente aumenta a credibilidade do País.
Como o senhor avalia o papel do movimento sindical para o próximo ano?
O movimento sindical estará mais presente, e será mais cobrado, terá mudanças – caso contrário, será atropelado. O movimento sindical ganhará mais credibilidade junto a sociedade com uma presença de controle de contas. Não queremos que as pessoas tenham repulsa do Movimento como têm de políticos. O trabalhador tem que entender que o dirigente sindical é importante no processo para defender seus direitos e chamar sua responsabilidade para acompanhar o que está sendo feito e cobrar também desses dirigentes. Hoje, existem mais de 50 mil acordos coletivos e 15 mil convenções coletivas, é preciso acompanhar essas mudanças.
O que aconteceu para o País estar em crise e com o crescimento econômico retraído?
Cada governo tem sua maneira de governar, por exemplo, o Brasil avançou nas ações sociais, está ótimo, mas e agora o que tivemos de retorno? A sociedade com relação a isso? Não tivemos retorno, está tudo parado, as pessoas precisam de uma educação de qualidade, saúde de qualidade. Porque ficar toda hora alimentando e distribuindo bolsas essas pessoas não vão procurar se qualificar, ir pro mercado de trabalho, ou seja, ser produtivo .E isso é muito ruim pra um País. Todos os países que saíram efetivamente dessa situação é porque investiram nesses setores e nas pessoas.
Quais são os planos da Feessemg para 2016?
Próximo ano vamos fazer 30 anos, estamos planejando realizar homenagens ao pessoal do movimento sindical e aquelas pessoas que ajudaram a construir a Federação. Teremos também uma posse simbólica da diretoria eleita esse ano e entrega da carteira. Vamos promover cursos de qualificação profissional em parceria com a Força Sindical para capacitar os dirigentes dos nosso sindicatos filiados. Organizaremos uma agenda com eventos em comemoração aos 30 anos – conscientização da saúde.